terça-feira, 3 de julho de 2012

Vendas de veículos dão salto de 22,8%

Dados preliminares do Renavam apontam que as vendas de veículos avançaram expressivos 22,8% em junho na comparação com maio. Foram emplacados 353,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no período. O volume é recorde para o mês e representa ainda expansão de 16% em relação ao mesmo intervalo de 2011.

Com 20 dias úteis, junho teve média diária de vendas bastante alta, de 17,6 mil unidades/dia. O volume representa evolução de 35,3% sobre a média registrada em maio deste ano. O salto no ritmo de emplacamentos foi impulsionado pelos recentes incentivos anunciados para o setor, que recebeu redução no IPI, IOF e taxas de juros.

Ayrton Fontes, consultor independente de varejo automotivo, lembra que a aceleração também é resultado do esforço das montadoras, que realizaram uma série de feirões e ações promocionais. "Os consumidores que pretendiam comprar ou trocar seu usado por um zero quilômetro aproveitaram este momento e anteciparam as compras", explica.

Para o consultor, também chama a atenção o volume de clientes que preferiu financiar o veículo no banco em que é correntista, e não com a instituição instalada na concessionária. O porcentual de consumidores que buscaram crédito direto na agência superou 30% em junho. Esse porcentual ficou em 11% no mesmo período do ano passado. A mudança foi apontada com exclusividade por Automotive Business na última quarta-feira, 27

CRÉDITO RESTRITO

As vendas no acumulado do ano somam 1,71 milhão de veículos. O número ainda fica 1,1% abaixo do registrado nos primeiros seis meses de 2011. Será necessário manter ritmo semelhante ao de junho para que 2012 apresente o crescimento projetado pela Anfavea, de 4% para 3,7 milhões de unidades.

Fontes aponta que os bancos continuam exigentes para aprovar financiamentos por conta da crescente inadimplência no setor. O índice alcançou recorde de 6,1% em maio.
Como consequência dessa alta, as financeiras têm exigido 50% do valor do carro zero quilômetro de entrada e financiam o restante em, no máximo, 36 meses. O consultor aponta que é baixo o nível de aprovação de crédito com prazos longos e entradas pequenas.

Para ele, a restrição ao financiamento poderá impedir que o mercado mantenha a forte expansão registrada em junho. Nesse cenário, mesmo com tantos incentivos, o setor automotivo ainda não conseguirá atender a demanda reprimida de clientes que não conseguem dar entradas maiores e precisam de prazos mais longos para que a prestação do carro caiba no bolso.

Os números oficiais de vendas serão divulgados na terça-feira, 3, pela Fenabrave.

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